Pequenos empreendedores enfrentam desafios com aumento da Selic
- aczassessoriaecont
- 13 de dez. de 2024
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Com a Selic em 12,25%, Sebrae avalia impactos no ambiente macroeconômico, considerando os reflexos em micro e pequenas empresas e na geração de empregos.
A recente elevação da taxa básica de juros (Selic) para 12,25% ao ano, anunciada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, reflete um contexto econômico complexo. Esse aumento, que sucede duas altas consecutivas, visa conter a inflação, mas também gera impactos significativos sobre o crédito e as atividades empresariais, especialmente para micro e pequenos empreendedores.
Embora a Selic tenha retornado ao patamar observado no final do ano anterior, outros indicadores econômicos sugerem cenários promissores. A geração de empregos formais apresenta tendência de alta, enquanto projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) indicam crescimento moderado. Paralelamente, o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) registra queda, o que alivia custos para diversos setores da economia.
O impacto desse novo ajuste da Selic é mais expressivo em setores que dependem de crédito para sustentar operações e expandir negócios. Pequenos empreendedores enfrentam desafios com o aumento dos custos de financiamentos e linhas de crédito.
Segundo especialistas, a maior onerosidade do crédito limita a capacidade de investimentos em expansão, inovações e melhorias operacionais.
O presidente do Sebrae, Décio Lima, destacou que as decisões sobre a Selic influenciam diretamente o acesso ao crédito. Isso afeta não apenas o consumidor final, mas também os planos de investimento de empresas de todos os tamanhos. Micro e pequenas empresas, em particular, enfrentam maior dificuldade devido ao custo elevado do capital de giro e à pressão sobre o fluxo de caixa.
Dados do Sebrae baseados em informações do Banco Central revelam que os juros aplicados em empréstimos para microempreendedores individuais (MEIs) podem ser superiores à própria Selic em mais de quatro vezes. Em certas regiões, as taxas chegam a 51% ao ano, dificultando ainda mais a sustentabilidade financeira desses pequenos negócios.
Nesse contexto, o Sebrae tem fortalecido parcerias com o governo federal para facilitar o acesso ao crédito. A iniciativa “Programa Acredita”, que utiliza o Fundo de Aval para Micro e Pequenas Empresas (Fampe), é um exemplo disso. Este fundo viabiliza condições diferenciadas de financiamento, permitindo que cerca de 30 instituições bancárias ofereçam recursos com taxas e garantias mais acessíveis.
Com o apoio do Fampe, a expectativa é que R$ 30 bilhões sejam disponibilizados em aval para operações de crédito nos próximos três anos. Esses recursos são essenciais para financiar projetos, adquirir insumos e promover a expansão de produtos e serviços. Pequenos empreendedores também podem se beneficiar com a melhoria de sua inserção no mercado e aumento da competitividade.
A análise do Sebrae sobre o cenário econômico é abrangente, levando em consideração fatores como o comportamento da Selic, os indicadores de crédito, as expectativas do PIB e o ritmo de geração de empregos. A combinação desses elementos permite uma visão mais clara dos desafios enfrentados pelos pequenos empreendedores.
Enquanto o aumento da Selic impõe dificuldades, o Sebrae busca mitigar os impactos através de soluções financeiras e assessoria técnica. O objetivo é criar um ambiente mais favorável ao empreendedorismo, garantindo condições que estimulem a expansão dos negócios e a geração de empregos.
A necessidade de equilibrar o controle inflacionário com o desenvolvimento econômico é um dos grandes desafios do momento. Pequenos empreendedores representam uma parcela vital da economia brasileira e precisam de apoio para superar os efeitos adversos da alta dos juros. Nesse sentido, iniciativas como o Programa Acredita desempenham um papel crucial na manutenção e crescimento desse setor.
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